domingo, 4 de maio de 2014

DIREITOS DA MULHER: UMA CONQUISTA NECESSÁRIA




SUMÁRIO: 1. Introdução – 2. O histórico da desigualdade – 3. Direito ao Voto- 4. Lei Maria da Penha – 4.1. Tipos de Violência – 5. Conclusão

1.    Introdução

O presente trabalho aborda a evolução da igualdade do sexo feminino em relação com o sexo masculino, com o passar dos tempos a igualdade entre os gêneros tornou-se necessária para que o melhor convívio fosse agregado no cotidiano social.
Sabemos que o direito da mulher evoluiu no decorrer da história, e que houve e ainda há muita luta para se “igualar” aos homens, e dar importância as suas conquistas hoje é essencial. Se nos remetermos há algum tempo, encontraremos relatos em que a mulher não podia se quer exercer direito político de votar, por não ser considerada cidadã, pois tal prerrogativa era dada apenas aos homens. Afinal, a Constituição Federal vigente da época era clara ao dizer em seu texto que era assegurado o direito ao voto a todos os cidadãos. Porém, neste período a mulher era tida como a dona do lar, era gerada e criada para tanto.
Viemos de uma sociedade patriarcal onde é o homem quem dita as regras domésticas. O homem pode ser lançado no mercado de trabalho, pode jogar futebol e operar grandes máquinas, mas e a mulher? A mulher deveria estar sempre pronta para cuidar do marido, filhos, casa e atender as suas necessidades, e ainda vale lembrar que a capacidade da mulher exercer seus direitos tornava-se relativa após o casamento, passando a depender do marido para realizar os atos da vida civil.
         Todavia, tal ocorrência passou a ser modificada após a promulgação do Estatuto da Mulher Casada de 1962 onde a incapacidade relativa da mulher revogou-se e o “pátrio-poder” deixou de existir. Sendo assim, o casal passou a ter peso igual nas decisões familiares, o que deu a mulher o direito de construir bens reservados, entre outros benefícios e após 15 anos a lei do divórcio entrou em vigor, o que significou um avanço para a modernização do Direito da Família.
2.  O Histórico da Desigualdade

Desde a antiguidade a mulher sofre com a desigualdade imposta pela maioria das pessoas sobre o sexo masculino, que de fato ocorreu pela dependência da mesma, pois nos tempos antigos os seres humanos dependiam da caça para sobreviverem e os homens por possuírem um físico mais avantajado saiam a campo com armas feitas a mão para caçar, deixando suas mulheres em suas casas organizando os preparos para fazer os alimentos trazidos por eles, desde então as mulheres por falta de escolha sempre se sujeitaram a viver na dependência dos homens, pois achavam que não poderiam sobreviver sem eles pelo fato dos serviços prestados.
Essa vantagem obtida pelos homens sob as mulheres fez com que o sexo masculino se comportasse como um ser Soberano, os superiores de suas casas, tornando-se superiores em relação as suas parceiras e isso com a revolução dos tempos ao invés de se igualar foi tomando outros rumos, fazendo com que cada vez mais a mulheres tornassem dependente dos homens, através de políticas, movimentos partidários a população em geral sempre crescia com os olhos masculino, quase não tivemos a opinião feminina nas criações revolucionarias o que de fato fez com que a agressão sofrida pelas mulheres fosse considerada como um crime comum ato que se for comparar não deveria ser, pois como citado a cima a mulher sempre foi considerada inferior ao homem, então como não enxergar com outros olhares as agressões por elas sofridas.
Eis que os legisladores que elaboravam  as leis para o melhor convívio da sociedade sempre foram homens e por ter sido criados por uma sociedade machista que considerava o crime contra a mulher um crime comum, não considerava um absurdo tal fato e ridicularizavam aqueles que descordavam da lei, sendo considerado as vezes uma punição maior para aqueles que descordavam do que aqueles que contrariavam a lei agredindo alguma mulher.
No passar dos tempos com essa ridícula e absurda visão social machista as mulheres aos poucos conseguiam ingressar em algumas áreas que de certa forma era considerada inferiores para os homens, fato que aos poucos foi despertando o interesse das mulheres de poderem participarem de algo que não fosse apenas lavar, passar e cozinhar para seus maridos, ato que fora também ser rejeitado pelas próprias mulheres que conseguiram um pequeno espaço no cotidiano masculino, ou seja as próprias mulheres que tanto lutaram, sofreram, se empenharam para conquistar um pequeno espaço entre os homens negavam e eram contra que outras também lutasse pelo direito a igualdade, fato que dificultava cada vez mais a possibilidade dos legisladores mudarem a lei e exigisse uma igualdade dos sexos no convívio social.
O fato de essa desigualdade ter levado tantos anos, a mulher ter sofrido com tantas violências, agressões, maus tratos, enfim tudo que passaram tiveram vários culpados, primeiro a sociedade pelo fato de ter sido sempre machista, segundo pela educação recebida dos pais que ensinavam suas filhas apenas a cuidarem de seus esposos, filhos e de suas casas, terceiro o medo que cito novamente pelo fato de ter sido tão valorizado pelo sexo frágil a ponto de depois de muitos anos ter percebido que elas poderiam ter o mesmo tratamento social que os homens.
Muitas mulheres ao sofrerem abusos, mas tratos, serem violentadas ficavam com medo de denunciar os agressores, com medo de que eles viessem repetir o ato contra elas já que ate pouco tempo não tínhamos uma legislação especial que resguardasse os direitos delas e também por medo de que eles as deixassem sozinha em suas casas com filhos, enfim vários fatos colaboravam para que as mulheres que eram agredidas ficassem caladas.

3.    Direito ao Voto

Uma oblação foi a conquista da mulher de adquirir o direito ao voto que teve iniciativa no inicio do ano de 1852 com a fundação do primeiro jornal dirigido por mulheres, porem a primeira discussão sobre o voto feminino chegou ao Congresso Nacional pela primeira vez em 1891. Tendo grande influencia das americanas e inglesas alguns deputados propuseram ampliar o direito de voto às mulheres que possuíssem diploma  de curso superior e não estivessem sob a custódia do pai. O resultado foi desastroso, os congressistas consideravam a emenda “anárquica”. Entre seus argumentos, a inferioridade da mulher e o perigo de dissolução da família. As mulheres foram adquirir o direito ao voto limitado no governo de Vargas em 1931 e com o levantamento de novos protestos finalmente foi criado o novo Código Eleitoral decretado em 24 de fevereiro de 1932 concedendo pleno direito de voto as mulheres sob as mesmas condições que os homens.

4.    Lei Maria da Penha

A lei Maria da Penha foi criada para proteger as mulheres que sofrem com as agressões e punir severamente os agressores, tal denominação originou-se pelo fato de uma mulher chamada Maria da Penha Maia Fernandes, que teve que lutar vinte anos para ver seu agressor atrás das grades.
Maria da penha foi uma biofarmacêutica nascida no Ceara, que foi casada comm o professor universitário Marco Antonio Herredia Viveros. Em 1983 Maria sofreu a primeira tentativa de assassinato, quando levou um tiro nas costas enquanto dormia. Viveros foi localizado na cozinha, gritando socorro, afirmando que tinham sido atacados por assaltantes, nessa primeira tentativa Maria da Penha saiu paraplégica, Já a segunda tentativa de homicídio ocorreu meses depois quando Viveros empurrou Maria da Penha da cadeira de rodas e tentou eletrocutá-la no chuveiro.
Apesar da investigação ter começado em junho do mesmo ano, a denuncia só foi apresentada ao Ministério Publico Estadual em setembro do ano seguinte e o primeiro julgamento só aconteceu 8 anos depois do crime. No ano de 1991, os advogados de Viveros conseguiram anular o julgamento. No entanto no ano de 1996 ele foi julgado e condenado há dez anos de reclusão  mas conseguiu recorrer.
Depois de 15 anos de luta e pressões internacionais, a justiça brasileira ainda não havia sentenciado o caso, nem apresentado justificativa pela demora e com a ajuda de ONGs Maria da penha conseguiu fazer com que o caso chegasse a Comissão Internacional de Direitos Humanos (OEA), que pela primeira vez, acatou uma denúncia de violência domestica. O professor Viveiro foi preso apenas em 2002, para cumprir apenas dois anos de prisão.
O projeto da OEA alem de condenar o professor, condenou o Brasil por negligencia e omissão em relação a violência domestica. Umas das punições foi a recomendação para que fosse criada uma legislação adequada a esse tipo de violência. E esta foi a sementinha para a criação da lei. Uma massa de entidades então se reuniu para definir um anti-projeto de lei definindo formas de violência doméstica e familiar contra as mulheres e estabelecendo mecanismo para prevenir e reduzir este tipo de violência, como também prestar assistência as vitimas.
Em setembro de 2006 a lei 11.340/06 a lei entrou em vigor, fazendo com que a violência contra a mulher deixe de ser tratada como um crime de menos potencial ofensivo. A lei também acaba com as penas pagas em cestas básicas ou multas, alem de enquadrar a violência física, sexual, psicológica, violência patrimonial e o assedio moral.





4.1 Tipos de Violência

Violência contra a mulher – é qualquer conduta – ação ou omissão de discriminação agressão ou coerção ocasionada pelo simples fato de a vítima ser mulher e que cause dano, morte constrangimento, limitação, sofrimento físico, sexual, moral, psicológico, social político ou econômico ou perda patrimonial. Essa violência pode acontecer tanto em espaços públicos como privados.
Violência de gênero- violência sofrida pelo fato de ser mulher, sem distinção de raça, classe social, religião, idade ou qualquer outra condição,, produto de um sistema social que subordina o sexo feminino.
Violência domestica- quando ocorre em casa, no ambiente domestico, ou em uma relação de familiaridade, afetividade ou coabitação.
Violência familiar- acontece dentro da família ou seja nas relações entre os membros familiares, formada por vinculo de parentesco natural, e o fato é ocorrido dentro de casa.
Violência física- consiste em ação ou omissão que expõe a risco ou causa dano a integridade física da vitima.

5.    Conclusão

Após tantas mudanças sociais e políticas, conclui-se que todas as manifestações feministas foram válidas para que as mulheres ao menos tentem estar no mesmo patamar dos homens. Infelizmente a luta ainda continua para agora quebrar os preconceitos que ainda existem na nossa sociedade e reverter à situação de inferioridade que ainda é sofrida pela mulher tanto no Brasil quanto no mundo.


Bibliografia:

DIAS, Maria Berenice. Conversando sobre a mulher e seus direitos. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2004.
DIAS,Maria Berenice. Conversando sobre justiça e os crimes contra as mulheres. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2004.
CABRAL, Karina Melissa. Direito da Mulher – de acordo com o novo código civil. Editora de direito, 2004.